sexta-feira, 25 de abril de 2008

Anti-grávida

Eu mal comecei a escrever essa coluna e já consegui criar uma polêmica aqui em casa. Antes de mandar o primeiro texto, consultei a opinião do meu marido e ele adorou. Já no segundo texto, o coitado ficou de cabelo em pé, horrorizado com o que eu escrevi, como se eu estivesse odiando estar grávida.

Como estou recebendo comentários de mulheres que ainda não engravidaram e não é minha intenção desencorajá-las, resolvi deixar de lado meu estilo de escrever por um momento a fim de esclarecer o meu ponto de vista.

Acho que muito do que se fala em torno da gravidez é romanceado ou hipócrita mesmo. O período da gestação é bem chato na maior parte do tempo, mas como algo que dura quase um ano da sua vida e do qual você não pode se afastar nenhum segundo pode ser 100% interessante? Conheço pessoas apaixonadas pelo trabalho, mas todas têm aquele dia em que dá vontade estrangular o chefe, ou fingir que está doente pra passar o dia na cama, ou olham o sol lindo pela janela e desejam estar na praia e não no escritório...

Quando você está grávida, está grávida e pronto. São 24 horas do seu dia durante 40 das 48 semanas do ano. Não dá pra tirar a barriga pra enxugar o pé ou pra dormir melhor à noite, não dá pra comer uma feijoada sem sofrer as conseqüências dos puns que ela vai te fazer soltar e que você não vai conseguir controlar! No começo da gestação não tem barriga, muita gente sofre com os enjôos (eu sofri), você não sente o neném mexer e ainda existe aquela tensão constante relacionada a um possível aborto espontâneo. Isso tudo é super difícil e muito real, mas ao mesmo tempo ninguém fala sobre essas coisas. O mundo te obriga a se sentir incrível e iluminada e ai de quem achar qualquer aspecto da gravidez ruim, pois está fadada a ser uma mãe terrível, um monstro de barriga!

Essa coluna não é anti-gravidez, pelo contrário, ela não poderia ser mais pró-grávida do que é! Aqui ninguém vai te enganar dizendo que a pele fica mais bonita, que as criancinhas “sentem” que você está grávida e correm para o seu colo, que o seu sexto sentido fica mais aguçado e que é normal sentir desejo de comer tijolo com sorvete. Talvez se alguém tivesse me dito antes de eu engravidar algumas verdades sobre a gestação, a experiência em si não tivesse sido tão frustrante às vezes...

Estar grávida é sim muito mágico e cada mulher vai sentir essa magia à sua maneira. Eu planejava comer de acordo com o cardápio da nutricionista, fazer hidroginástica 3x por semana, ser mais paciente, ouvir mais música clássica para estimular o bebê, conversar com o umbigo e abraçar esse emprego full-time com a maior graciosidade do mundo. Eu cheguei a me consultar com a nutricionista, que me passou um cardápio que nunca coloquei em prática nem no restaurante self-service, fiz um mês de aula de hidroginástica, continuo ouvindo a rádio de notícias no carro e uso salto alto escondido para não levar bronca do marido. Não fazia parte desses planos escrever uma coluna sobre medos, inseguranças, frustrações e puns, eu juro!

Esses dias eu fui ao shopping comprar uma camisola sexy para usar com o maridão e a desgraçada da vendedora só me vinha com roupa de hospital, sutiã de amamentação e calcinha segura-barriga. Pra mim ISSO é ser anti-grávida!

Atitude anti-grávida é querer fazer a mulher se sentir culpada por ter vontade de dançar, se sentir ridícula por querer ser sexy, se sentir bonita com o rosto cheio de espinhas que ela não teve nem durante a adolescência, se sentir na obrigação de perder 20 kg em um mês depois do parto, se sentir preguiçosa por ter sono, se sentir insegura por não ter o mesmo apetite sexual, se sentir excluída porque não pode tomar uma cerveja no Happy Hour, se sentir desleixada por não conseguir aparar os pêlos do púbis sozinha, se sentir menos mãe por querer ser somente ela mesma de vez em quando...

Se você está ou pretende ficar grávida, não entre no time das anti-grávidas! Seja de carne e osso, ame e odeie essa experiência, viva os prós e os contras intensamente, pois durante 40 semanas ninguém mais vai poder fazê-lo por você...

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Minha vida acabou... de começar!

Sempre quis ter filhos. Sonhava com uma família grande, de 8 filhos: 7 meninos e 1 menina. Quando é sonho é sempre gostoso... No sonho você mora naquela casa enooorme, com uma mesa retangular de madeira no quintal onde cabe sua pequena família de 10 pessoas inteirinha para o almoço de domingo. No sonho é sempre domingo, as crianças já são grandinhas, todas lindas, comendo comportadas, todo mundo sorrindo, o próprio comercial da margarina!

Quando a confirmação da gravidez acontece, o peso da realidade recai sobre os nossos ombros e a gente começa a ver o mundo com outros olhos. Antes você via aquela criança jogada no chão do shopping, chorando por uma casquinha do Mc Donald’s e olhava feio pra mãe. Sua prima engravidava e você vinha cheia de teorias e dicas que leu na Internet. Você fazia parte da turma que falava que gravidez não é doença e que andar 3 passos e dizer que está cansada é frescura de grávida. Você achava que aqueles desejos malucos durante a gravidez eram coisa de mulher mal amada para chamar a atenção do marido e criticava a amiga da amiga que ganhou 30 kg na gestação: “quem mandou não se cuidar?”.

É, amiga... agora você assiste o programa da Supernanny e reza pra não criar um monstrinho daqueles... Você é obrigada a ouvir a amiga que nem filho tem te dando mil conselhos e passando sermão sobre como ser uma mãe moderna. Você quer andar mais rápido no supermercado pra acompanhar o marido (que ainda acha que gravidez não é doença), mas não consegue. Você senta na frente da caixa de bombons e só sai quando leva um choque na boca e percebe que está comendo o papel alumínio. Você adora a hora do ultra-som, mas detesta subir na balança quando vai ao obstetra...

Não pode mais beber, não pode fumar, não pode pegar peso, não pode ficar sem comer, não pode comer demais, não pode passar raiva, não pode ficar triste, não pode sushi, não pode carne mal passada, não pode café, não pode coca cola, não pode remédio pra gripe, não pode raio-x, não pode nem chá verde (e olha que eu sempre achei que chá verde era uma coisa super natureba)!

O que pode, afinal? Pode fazer amor de ladinho e com cuidado, diz o médico. Que legal...

Você adorava ir a festas, tomar Prosecco e dançar até se acabar! Suas amigas saem, viajam, curtem a vida e... nem se lembram que você existe. Você torce para que elas engravidem logo para se unirem a você nesse monastério glamurizado que é a gestação.

Sua vida não te pertence mais, você já não sabe onde foi parar você mesma, pois todos só enxergam a futura mamãe no lugar daquela mulher bonita, inteligente, divertida e interessante. E você? Você não enxerga nem seu pé, minha filha!

Mesmo assim, por alguma razão que eu ainda desconheço, quando você vê aquele pezinho no ultra-som... Ai, ai... Tudo isso vale a pena!

sábado, 19 de abril de 2008

O teste de gravidez

Gravidez por si só já é uma experiência complicada quando planejada. Quando te pega de surpresa então... Dizem que menos de 10% dos casais efetivamente planejam uma gravidez. Como eu não gosto de ser “a fresca”, me enquadro na maioria, que achou que era só a TPM quando acordou com os peitos enormes e doloridos, a menstruação atrasada, chorando ao assistir o comercial do menininho que vai ganhar uma irmãzinha e tem medo de pintarem o quarto dele de cor-de-rosa.

Para os casais “tentantes” é normal ter alguns testes de farmácia na gaveta, é normal saber o dia da ovulação, essas coisas de gente planejada. Como a única coisa que eu estava tentando era perder os 2 kg que toda mulher precisa perder, nunca me passou pela mente descobrir meu período fértil, que dirá incluir um teste de gravidez na caixinha de primeiros socorros. Não sei qual a pior parte: ver o resultado do exame ou criar coragem para ir até a farmácia comprar o exame. Quando você chega ao estágio de comprar o teste é porque a suspeita é séria mesmo.
O atendente da farmácia nunca ajuda, só atrapalha. Quando você pede o teste de gravidez, ele sempre apresenta 97 opções diferentes e pergunta qual é a da sua preferência. Como se teste de gravidez fosse sabão em pó, você já sai de casa sabendo qual comprar. Meu critério foi comprar a marca mais cara e com a caixa mais bonita. Se é mais caro a gente imagina que é melhor, mais preciso, certo? Nesse caso, a marca ainda oferecia dois tipos de teste. A diferença? Nem o atendente da farmácia sabia, devia ser algo como Naldecon Dia e Naldecon Noite ou Tampax com aplicador e Tampax sem aplicador, no final das contas é tudo a mesma coisa. Peguei o mais bonitinho e fui-me embora com a sacolinha.

No carro é aquele papo chato até chegar em casa. O marido diz: não deve ser nada... Você responde: se eu estivesse grávida eu saberia... Mesmo assim os dois pamonhas estão ali, com o saquinho na mão, desesperados pra chegar logo em casa e fazer o bendito teste.
Quando finalmente chegam, a mulher não quer parecer desesperada e finge que está realmente apertada e que precisa ir ao banheiro. Não importa se você acabou de atravessar o deserto do Saara correndo e sem beber água: o xixi sempre aparece na frente do palitinho. O pai em potencial fica sem saber o que fazer nesses longos minutos entre o xixi no palito e o resultado do teste. Ele não pode (e nem deve) ficar assistindo a saga da mulher para acertar aquela pontinha minúscula sem molhar a mão ou o visor do resultado.

Ok, acabou. Você já acertou a mira, até deu aquela espirradinha na mão, mas nada que água e sabão não resolvam. Prepare-se: acaba de começar a contagem regressiva para os três minutos mais longos da sua vida. Tem gente que larga o negócio e só vai ver o resultado depois de passado o tempo. Outras pessoas ficam olhando fixamente o visor durante cada minuto, como se a força do pensamento fosse capaz de alterar o resultado. No meu caso foi desesperador, pois passados os 3 minutos o diagnóstico foi “meio-grávida”(!?).

Quem já fez esses testes de farmácia deve se lembrar que um risquinho indica não-grávida enquanto 2 risquinhos significam que você vai colaborar para a perpetuação da espécie. Comigo foi um risquinho forte, decidido e um risquinho encabulado, fraquinho... Ainda havia esperança para mim! Um dos risquinhos não tinha muita certeza do meu resultado e eu poderia aprender com o susto, me cuidar melhor dali em diante e iniciar minha linhagem dentro de dois anos, conforme o planejado. Para fazer a auditoria do meu resultado potencialmente negativo, tirei uma foto do teste com o celular e mandei para a minha cunhada avaliar. Essa sim era uma mãe ideal, que planejou a gravidez e já tinha feito vários testes. Não é que ela disse que aquilo era positivo? Não é possível! Eu ia ter que fazer o exame de sangue para provar que era negativo...

Às 6h da manhã em pleno domingo eu e o maridão estávamos na porta do laboratório. Quando o laboratório abriu parecia o estouro da boiada, os dois saíram em disparada sala adentro procurando o guichê mais próximo. Colhido o sangue agora tínhamos que esperar TRÊS DIAS pelo o resultado. Desumano fazer isso com um casal a beira de um colapso como nós... Por pura teimosia chegamos em casa e fomos direto pro computador. Coisa boa dos tempos modernos é essa facilidade em acessar o resultado dos exames via Internet.

Depois de quase 8 horas prostrada em frente ao computador, digitando e redigitando aquele número de protocolo, saiu o resultado! É bem inteligente o jeito que eles mostram o resultado, não é POSITIVO ou NEGATIVO, é um monte de números sem sentido e você tem que interpretar o resultado de acordo com uma tabela que vem embaixo. É inteligente porque não mata o casal de susto de supetão, vai matando aos poucos, enquanto os dois tentam desvendar que raio de resultado é aquele.A gente viu, reviu e ainda assim não acreditou. Precisamos consultar mais 6 pessoas, inclusive um médico, para ter certeza de que o resultado era aquele mesmo. Não tinha jeito... nossa linhagem ia começar ali mesmo...

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Mãos e Barrigas!

Este será um espaço escrito a muitas mãos! Ou melhor... muitas BARRIGAS!
Sim!!
É um blog escrito para Grávidas por Grávidas!

Com dicas, links, idéias, listas e muitas sensações...

Se você está grávida, chegou até aqui e quer contribuir... escreva um e-mail para nós!
 

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