terça-feira, 7 de outubro de 2008

Meu primeiro furto - e outros casos de ontem...

Ontem foi um dia muuuuito feliz... Roubei um guarda-chuva!

Tá bom - eu não tô feliz só por conta do sucesso do meu primeiro furto qualificado! Esta foi só uma das histórias loucas de um dia louco, que vou contar aqui procês em primeira mão!

Bem, desde antes de ficar grávida eu sentia uma grande insegurança com relação ao medicamento que eu uso pra controlar a pressão ocular. Tenho que fazer este controle há quase dez anos – e provavelmente pra vida inteira, pra que o glaucoma não se instale. É algo com o qual já me acostumei completamente. Aos poucos vira um hábito como escovar os dentes e tirar a lente de contato.

Mas o colírio poderia provocar algum dano ao bebê? E pra amamentar? Como seria? Claro que estas dúvidas bateram de cara. E quando você pega a bula desses remédios pra ler, dá um pânico geral. Este que eu estava usando agora se chama Duo Travatan – é a mistura de dois princípios ativos, sendo que um deles é uma prostaglandina. E vocês sabem pra que servem as prostaglandinas? Pra induzir as contrações do útero!! Muito adequado para o período, não? Afff!!

O problema é que nenhum médico aqui de Santos foi capaz de tomar alguma iniciativa. Cheguei a marcar consultas só pra esclarecer que procedimento seguir no caso de uma gravidez – e o máximo que consegui ouvir deles foi “seja o que Deus quiser. Não podemos interromper seu medicamento”. Como assim? Se eu precisar de Deus, procuro de graça na Igreja! Eu estava precisando é de médicos de verdade.

Fui deixando o tempo passar, mas não estava me conformando com esta postura passiva... Definitivamente, ficar de braços cruzados não combina comigo. Ontem consegui falar no consultório de um médico em São Paulo. Pesquisei sobre ele na net, vi que sacava tudo de glaucoma e então liguei pra tentar marcar. A secretária me disse que ele estaria em viagem por um tempo, mas já que o caso era sério assim, será que eu poderia ir ontem mesmo? Claro que poderia! Juntei meus trapos e peguei o busão morro acima sem pensar duas vezes.

Depois de três horas de consultas e exames, tira lente, bota lente, pinga colírio, etc, etc... Saí de lá com um buraco na conta bancária – e um sorriso que dava a volta na cabeça. O médico não apenas trocou o colírio pra um outro muuuuito mais fraco e inofensivo, como descobriu nos exames que talvez eu consiga viver sem medicamento nenhum! Na hora tudo parecia tão absurdo que eu não sabia se chorava ou se ficava rindo ali, feito besta!

Acontece que a minha córnea é mais espessa do que a córnea normal. E por isso, o que poderia se tratar de uma pressão ocular alta em pessoas normais, não é tão alta assim no meu caso. É a minha córnea que dá esta impressão à sonda usada pra medir.

E como é que nenhum desses engomadinhos aqui de Santos tomou conhecimento desta característica básica? Bom, talvez porque nenhum deles tenha artigos publicados no British Journal of Oftalmology, nem use meias com o jacarezinho da Lacoste (eu reparei, juro!!) e muito menos cobre pela consulta mais do que eu paguei pelo carrinho do meu filho!! Afff!!

E a minha tranqüilidade? Tem preço? Não, não e não! Estou com a sensação de que finalmente andei pra frente neste assunto, em vez de ficar enchendo minha cabeça – e a dos outros - de minhocas, sem procurar as respostas certas pras perguntas que eu tinha.

Então hoje eu vou deixar aquela dica chavão, que a gente sempre escuta naqueles programas do Discovery, do tipo “enigmas da medicina”: se você tem dúvidas, se acha que as coisas não estão certas como estão, CORRA ATRÁS! Não fique esperando o bonde passar, principalmente quando se trata do destino destas pessoinhas que ainda nem chegaram ao mundo. Pesquise, leia, pergunte, vá atrás de quem entende, e não sossegue enquanto não encontrar o que você procura!

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Bem, agora que já fiz meu filme... Deixa eu contar do roubo do guarda-chuva! Até eu me impressionei com a minha fraqueza de caráter e a minha linda cara-de-pau!

Fui pra São Paulo na correria, nem levei guarda-chuva. Como Santos é o penico do mundo, achei que só aqui estava chovendo e que Sumpaulo ia ter só uma garoinha chique. Ledo engano – tava caindo o mundo lá também... Sorte que saí do terminal rodoviário direto pro metrô. Mas e depois que descesse do metrô? Como é que ia ser?

Fui matutando isso enquanto o trem enchia. De repente uma pessoa deixou um guarda-chuva encharcado pendurado bem na barra ao lado do meu assento. Pra quem não conhece, o metrô de SP tem umas barras horizontais nas pontas das filas, mais ou menos na altura de um apoio de braço.

O guarda-chuva ficou ali do meu lado, pingando no pé de todo mundo que entrava – e claro, todo mundo olhando pra minha cara e pensando no quanto eu era folgada de deixar aquela poça ali, em vez de enfiar meu guarda-chuva entre as pernas. Algumas pessoas até se afastavam quando ganhavam o primeiro pingo gelado no pé... E nada do dono aparecer pra levar aquilo.

Entra gente, sai gente, eu continuei sendo fuzilada pelos passageiros com pé molhado... Até que chegou a hora de descer. Aí veio o pensamento criminoso: se ninguém tirou daí, é porque não tem dono mesmo. E eu vou ficar aqui levando a fama de folgada? Dá licença! – O trem parou, eu levantei e saí tranquilamente, com meu novo guarda-chuva na mão e um puuuuuta medo de ouvir aquele grito atrás de mim: “Ei! Esse guarda-chuva é meeeeu!”. Ainda bem que São Paulo é grande hahahahaha!!

Cheguei em casa quase 11 da noite, gelada dos pés à cabeça!

Bom, pelo menos a cabeça estava fervilhando com as notícias boas... E sem um pinguinho de chuva!

Beijo procês!!! Saúde seeempre!

4 comentários:

Anônimo disse...

Nanda,adorei seu novo blog.Se não fosse pela minha idade avançada(putz) também ficaria grávida só pra viver novamente essa suas dúvidas. Mas deixemos a gravidez de lado e vamos ao roubo.
Aconteceu igualzinho comigo num banco.Até hoje eu penso será que a pessoa voltou para procurar a sombrinha?????Comprei uma novinha no camelô (5 reals)deixei na porta da igreja e falei pra Sta Clara dê pra quem precisa, viu santinha.A consciencia ficou tranquilinha.Beijos pra vocês Jane Mendes

Fernanda disse...

Sua looooouca, hahahahaha! Poxa, Nandoca, que bom que voce conseguiu esse mega-super-medico em Sampa pra te tranquilizar, com saude nao se brinca! E o baby, ta lindao? Ja ouviu o coracaozinho? Ja sabe se e menino ou menina? Saudades! E depois ve se passa no meu blog :)

Anônimo disse...

Nanda, tb adorei o blog! Serei frequentadora assídua, quando as tarefas de mãe de dois deixarem é claro!
Me identifiquei muito com a procura do médico em Sampa. No caso do Gabriel foi definitivo para o diagnóstico e a cura da doencinha que tanto nos aflingia. Um dia, com tempo, quem sabe posso até relatar todo o causo aqui no seu blog.

Bj grande da sua prima JU

E olha: curta muito mesmo a gravidez porque passa rápido e dá até saudades!

Marcia disse...

Olá Nanda
Hoje estava procurando algo sobre o colírio DUO TRAVATAN e sua contra indicações, e me deparei com o seu relato que me abriu os olhos e ao pesquisar mais verifiquei que não era coisa da minha cabeça, pois meia hora após o uso do colíro eu tinha sérias contrações com vômitos que duravam 15 minutos em média. Uma loucura vou procurar outros médicos, como vc mesma disse: CORRER ATRÁZ.
Abraços e muita saude e tudo de bom p/ vc e seu bebe.

 

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